segunda-feira, 20 de outubro de 2008

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Assista Paulo Freire neste vídeo

Caminhos inclusivos



Aprender com a própria história é o desafio que algumas leituras de autores como Paulo Freire, em seus livros dialógicos nos propõe mobilizou-me a organizar minha própria reflexão, dispondo-me a buscar a novas interlocuções acerca dos saberes necessários a prática educativa, bem como desafios de vivenciá-los nos processos permanentes de professores.
A pós-modernidade clama por um currículo que se relaciona às questões de classe, raça, gênero, processo, ideologia, indivíduos, hermenêutica, ecologia, teologia, cognição e todos os “ismos” da era pós – moderno não pode ser definido em termos de matérias e conteúdos.
É um processo de desencadeamento, de diálogo, de investigação que busca transformações.

Seguindo essa linha de reflexão, os professores e alunos precisam ser livres e encorajados a desenvolver um currículo capaz de atender a diversidade, pois a modernidade questiona a validade de um modelo educativo ligado a um projeto cultural unitário. Esse processo exige professores preparados, pois os recursos humanos são de capital importância em qualquer organização. Na escola, os professores são capazes de provocar mudanças significativas no cenário escolar e, conseqüentemente melhorar a qualidade de ensino o que é indispensável para o progresso do país.
A escola, agência civilizatória da sociedade deve encontrar alternativas para amenizar e até mudar tal cenário.Diante de todo esse emaranhado, estudiosos como Fazenda (1994), Doll Jr. (1977), Santomé (1998), Demo (2004) apostam na interdisciplinaridade ou transdisciplinariedade de Freire na educação problemátizadora; essas são apontadas como saídas viáveis para de edificar uma educação de qualidade galgada em valores éticos e morais. Dutra diz:

A interdisciplinaridade procura a globalidade, o debate, a participação, o envolvimento e a integração entre os membros da comunidade.
Estabelece a possibilidade de um novo repensar da sociedade, tendo em vista que a pós – modernidade exige a produção de saberes que desmantele o paradigma da fragmentação curricular e a visão de mundo dando noção da realidade como um todo que se encontra em constante movimento. (2000:36)

Contextualizando a Educação Inclusiva

A discussão acerca da inclusão na educação tem sido proclamada em todos os níveis políticos, sociais, econômicos etc. Vivemos sob o signo moderno da velocidade e das inovações tecnológicas, principalmente com a globalização, processo que modifica as noções de tempo e espaço no mundo.

O direito de toda criança à educação é o princípio fundamental desta “linha de ação”, ou seja, a de que as escolas devem aceitar todas as crianças, independente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, lingüísticas e outras. Prevê ainda um novo conceito sobre as pessoas com necessidades especiais e apresenta diretrizes de aço de um plano nacional (política e organização, fatores escolares, contratação e formação do pessoal docente, serviços externos de apoio, áreas prioritárias, participação da comunidade e recursos necessário) e termina com diretrizes de ação para planos regionais e internacionais.
Historicamente, a Educação Especial tem concentrado esforços no sentido de integrar pessoas com deficiências no sistema de ensino. Com o movimento pela inclusão, a educação especial, obrigatoriamente, encontra-se em fase de redefinição de seu papel, frente às exigências deste novo paradigma.

Acreditamos que este é o momento de compreender que não cabe mais a dicotomia “especial x regular” , visto que devemos encontrar o equilíbrio, como aponta Saviani (1981) com a teoria da “curvatura da vara”.

Diferenciar o processo de integração do processo de inclusão não é apenas uma questão conceitual, pois apesar de ambos almejarem a aceitação da diferença, partem de premissas distintas. Portanto, não cabe a polarização a favor ou contra, ainda tão comum nas práticas escolares.

De acordo com Velho (2003:131), estranhamento é “o processo de estranhar o familiar, tornando possível quando somos capazes de confrontar intelectualmente, e mesmo emocionalmente, diferentes versões e interpretações existentes a respeito de fatos”.